Pesquisadora/Autora
Ma. Francisca Seabra de Farias
Currículo Lattes
http://lattes.cnpq.br/2377389987604672
Orientadora
Profa. Dra. Edivânia dos Santos Schropfer
Coorientadora
Profa. Dra. Sandra do Nascimento Noda (in memoriam)
Instituição de Ensino
Universidade Federal do Amazonas
Resumo da pesquisa
A pesquisa que teve como objetivo geral propor um guia de orientação para a construção de uma Trilha Pedagógica como recurso didático sobre o uso da água e a percepção ambiental de estudantes da rede básica de uma escola pública em Tabatinga-AM. Os objetivos específicos incluíram conhecer a percepção ambiental dos estudantes do Ensino Fundamental II, identificar o acesso e uso de água em suas vidas cotidianas e construir mapas mentais sobre o ambiente familiar e o uso da água. A abordagem metodológica utilizada foi o estudo de caso de Robert Yin. Os resultados mostraram que os estudantes são conscientes dos problemas ambientais, mas às vezes não tomam a atitude correta devido à conveniência da situação cotidiana. Como produto da pesquisa, foi desenvolvida uma Trilha Pedagógica e um Guia de Orientação para sua construção, com foco na percepção ambiental e no uso da água pelos estudantes da escola pública em Tabatinga-AM.
Palavras-chave
Percepção ambiental, Uso da água, Trilha pedagógica.
Link para acesso ao material original
Imagine um mundo onde o ensino de ciências não seja apenas sobre fórmulas e teorias, mas uma aventura envolvente de descobertas e compreensão. Neste universo educacional, os recursos didáticos se tornam aliados poderosos para estimular a curiosidade e a criatividade dos alunos. Hoje, mergulharemos em uma jornada única, onde a percepção ambiental e o uso consciente da água se transformam em desafios emocionantes para os estudantes do Ensino Fundamental. Vamos explorar como estratégias pedagógicas inovadoras podem não apenas melhorar o entendimento desses conceitos vitais, mas também inspirar uma mudança real no comportamento dos jovens, capacitando-os a se tornarem guardiões do nosso planeta.
No mundo da educação, os recursos didáticos são como as ferramentas de um artesão habilidoso, moldando o conhecimento de forma única e cativante. Como afirmou Souza (2007), eles são a chave para que os alunos não apenas absorvam informações, mas também desenvolvam habilidades essenciais, como criatividade e coordenação motora. Neste contexto, o uso adequado de modalidades e recursos didáticos é fundamental. Vamos explorar diversas abordagens, desde aulas expositivas até atividades de campo, para criar um ambiente de aprendizado dinâmico e interativo que nutre a integração social e a participação ativa dos estudantes.
E agora, prepare-se para um mergulho ainda mais profundo no mundo da educação: os jogos didáticos. Eles não são apenas uma forma lúdica de abordar temas complexos, mas também uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e moral dos alunos, como apontado por Moratori (2003). Além disso, os jogos didáticos podem ser acessíveis e práticos, provando que é possível transformar o aprendizado em uma experiência divertida sem a necessidade de grandes investimentos financeiros. À medida que exploramos o impacto dos jogos nas aulas, descobriremos como eles motivam os alunos a superar desafios, estimulando tanto o pensamento crítico quanto o emocional. Vamos juntos desvendar esse universo de aprendizado envolvente e transformador.
Pode ser integrada ao projeto ao explorar com os estudantes conceitos básicos de misturas enquanto investigam diferentes usos da água no ambiente doméstico ou escolar.
Este aspecto pode ser explorado ao analisar o acesso à água potável e sua relação com a saúde da comunidade escolar.
Embora focado em energia elétrica, esse conceito pode ser adaptado para compreender o consumo de água nos lares dos estudantes, incentivando a conscientização sobre o uso sustentável da água.
Os estudantes podem ser encorajados a desenvolver iniciativas para reduzir o consumo de água em suas escolas e comunidades.
Este projeto já está alinhado com essa habilidade, pois visa promover a conscientização e a ação em relação ao uso sustentável da água.
O jogo didático de trilha é uma ferramenta envolvente que oferece aos estudantes a oportunidade de explorar o uso da água em ambientes residenciais de uma forma única. Neste jogo, os participantes percorrem um tabuleiro composto por “casas” em direção ao ponto de chegada, lançando dados e respondendo a questões relacionadas à percepção ambiental e ao uso consciente da água. As respostas corretas impulsionam seu progresso pelo tabuleiro, refletindo o que aprenderam em sala de aula. O melhor de tudo é que os jogos de trilha podem ser produzidos de forma acessível e prática, tornando-os uma ferramenta valiosa para tornar o ensino de ciências mais envolvente, sem a necessidade de grandes recursos financeiros.
Este jogo elaborado para abordar questões ambientais apresenta um percurso de tabuleiro com casas especiais, onde os jogadores encontram perguntas, dicas e desafios relacionados à percepção ambiental e ao uso responsável da água. Essa abordagem estimula a construção de conhecimento pelos estudantes e facilita a aprendizagem de conceitos científicos. Durante a pesquisa de campo que serviu como base para a criação desse jogo, foram identificadas diferentes percepções ambientais e práticas de uso da água em ambientes familiares entre os alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental.
Para tornar a dinâmica ainda mais interessante, cada grupo de estudantes escolheu um representante para responder às perguntas, enfrentar desafios ou fornecer dicas com base nas cartas do jogo relacionadas ao tema em estudo. Essa abordagem lúdica não apenas fortalece a compreensão dos alunos sobre a importância da percepção ambiental e do uso consciente da água, mas também promove a interação e a aprendizagem colaborativa entre eles.
A água, muitas vezes considerada um elemento natural desvinculado de usos específicos, ganha uma nova dimensão quando é denominada como recurso hídrico, tornando-se um bem econômico passível de utilização. No entanto, essa distinção não é sempre clara, pois o uso da água nem sempre é economicamente viável, como aponta Silva (2008). A complexidade dos usos variados da água é destacada por Rico veri (2012), já que a água desempenha um papel fundamental tanto na sobrevivência dos seres vivos quanto em rituais culturais, atividades religiosas e econômicas.
A percepção desempenha um papel essencial na nossa relação com o ambiente. Segundo Tuan (2012), nossos sentidos captam estímulos externos que têm valor tanto para nossa sobrevivência biológica quanto para nosso enriquecimento cultural. A percepção ambiental é um processo mental complexo que envolve interação humana com o ambiente, como explicam Del Rio e Oliveira (1999). Essa interação é influenciada por estímulos externos captados pelos sentidos e pela cognição, desde a motivação até a tomada de decisões e comportamentos.
Este guia de orientação para a construção de uma trilha pedagógica surge a partir de uma pesquisa sobre o uso da água e a percepção ambiental dos alunos de uma escola pública em Tabatinga-Am. Para desenvolvê-lo, foi necessário compreender como os estudantes do Ensino Fundamental II da Escola Estadual Pedro Teixeira percebem o ambiente e utilizam a água em seu cotidiano. Entrevistas, registros fotográficos e a construção de mapas mentais sobre o ambiente familiar e o uso da água foram as ferramentas utilizadas nessa exploração.
A criação deste jogo didático foi fundamentada em contribuições de autores como Gomes (2009) e Moroni et al. (2009). O tabuleiro foi desenvolvido com base em uma atividade apresentada na Revista Ciência Hoje das Crianças, de abril de 2013. Este material pedagógico foi concebido com recursos de baixo custo, visando facilitar sua reprodução por professores e alunos.
O jogo consiste em um tabuleiro de papel cartão (50 cm x 70 cm) com 40 casas coloridas, incluindo casas verdes (com perguntas), casas laranjas (com desafios) e casas amarelas (com dicas). Também inclui um dado de 6 faces e quatro figuras circulares de cores diferentes (EVA) para marcar a posição de cada grupo no tabuleiro. No total, são 56 cartas, sendo 40 cartas-perguntas (verde), 8 cartas-desafios (laranja) e 8 cartas-dicas (amarelo). Os materiais necessários para este jogo são facilmente encontrados nas escolas.
O jogo pode ser disputado por 2 a 4 jogadores (ou representantes dos grupos) e tem uma duração prevista de 40 a 60 minutos. As regras estabelecem que cada equipe deve escolher um representante para lançar o dado, mas todos os membros da equipe podem ajudar o representante a responder às questões.
Os objetivos do jogo envolvem os discentes e grupos competindo para serem os primeiros a percorrer todo o tabuleiro e alcançar a vitória. As cartas utilizadas no jogo (perguntas, desafios e dicas) foram elaboradas com base em entrevistas, fotografias e mapas mentais obtidos durante a pesquisa. Essas atividades estão relacionadas ao sistema ambiental, com foco na percepção ambiental e no acesso e uso da água pelos alunos.
Componentes do jogo (dado e marcadores de posição)
Cartas do jogo
Trilha pedagógica
(em verde estão as perguntas, em vermelho os desafios e o amarelo, as dicas)
O jogo inicia com o grupo que lança o dado e avança nas casas da trilha de acordo com o número sorteado. As casas na trilha são coloridas: verde (pergunta), laranja (desafio) e amarela (dica). O grupo deve responder corretamente às questões nas casas para avançar no jogo, e se o representante não souber, pode pedir ajuda aos colegas. O objetivo é ser o primeiro grupo a completar a trilha.
O jogo é composto por um tabuleiro, um dado, cartas com perguntas, desafios e dicas, e marcadores coloridos. Pode ser jogado por 2 a 4 jogadores e tem duração de 40 a 60 minutos. Durante o jogo, os participantes avançam, recuam ou recebem dicas com base nas casas em que caem e nas cartas que retiram.
Este jogo foi desenvolvido com materiais de baixo custo e foi aplicado na Escola Estadual Pedro Teixeira com alunos do 7º ano. As regras foram explicadas previamente, e os alunos foram divididos em grupos, cada um com um representante. Durante a partida, houve cooperação entre os alunos para responder às questões e realizar os desafios. A motivação dos alunos foi evidente, e eles manifestaram interesse em continuar jogando.
A competição entre as equipes motivou os alunos a se envolverem ativamente no jogo, e a participação ativa foi incentivada por meio da substituição de representantes a cada avanço de 10 casas. Isso permitiu que mais alunos participassem ativamente do jogo.
Os alunos relataram que o jogo foi uma experiência positiva, divertida e educacional. Eles perceberam que aprenderam coisas novas sobre o uso da água e a importância desse recurso em suas vidas cotidianas. A interação e cooperação entre os alunos durante o jogo contribuíram para a formação de uma consciência social e solidária, além de fortalecer laços de amizade. Este jogo se mostrou um recurso didático eficaz para promover a aprendizagem de conceitos relacionados ao uso consciente da água e à percepção ambiental.
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Samara Moura
E-mail: maria.moura@usp.br
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