Material educomunicativo para o ensino de surdos: Educação Ambiental para as águas

Pesquisadora/Autora

Ma. Tabita Teixeira

Currículo Lattes

http://lattes.cnpq.br/7690269130882184

Orientadora

Profa. Dra. Fernanda  da Rocha Brando

Instituição de Ensino

Universidade de São Paulo

Resumo da pesquisa

Nesta pesquisa, realizada entre 2017 e 2018, abordou-se a importância da inclusão da comunidade surda na educação ambiental, com foco na temática da água. Foram exploradas questões relacionadas ao ensino de surdos em escolas regulares, as metodologias utilizadas e a eficácia da pedagogia visual nesse contexto. O objetivo era criar material educomunicativo digital acessível em Libras e português, composto por seis vídeos abordando tópicos como água, bacia hidrográfica, mata ciliar, água virtual, contaminação das águas e gestão compartilhada das águas. Espera-se que esses recursos promovam a sensibilização e conscientização sobre a água entre a comunidade surda, bem como entre profissionais que atuam com esse público, contribuindo para a gestão compartilhada dos recursos hídricos.

Palavras-chave

Educação Ambiental, Surdos, Água, Material Educomunicativo, Pedagogia Visual.

Link para acesso ao material original

https://teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18160/tde-20082019-205809/pt-br.php

Introdução

Imagine-se em um mundo onde as palavras fluem silenciosamente, onde a comunicação não é mediada pelo som, mas pela expressão e pelas mãos que dançam no ar. Nesse universo sensorial, a água, essa substância preciosa que sustenta a vida, se torna mais do que apenas um líquido vital. Para os surdos, a água é uma história que se desenha em movimentos graciosos, uma narrativa que ganha vida através da linguagem gestual.

Nossa curadoria mergulha profundamente nesse intrigante mundo, onde a educação ambiental encontra sua expressão mais pura. Aqui, a água se torna mais do que uma substância; ela é uma história visual que se desenrola diante dos olhos atentos de estudantes surdos. As aulas são ministradas em vídeo, que se transformam em janelas para um universo de possibilidades. Estas aulas não são apenas informativas; são convites para explorar, questionar e agir.

Através desses vídeos envolventes, vamos descobrir como o ensino sobre a água se manifesta para aqueles que não ouvem, mas sentem, veem e compreendem de maneira única. Cada vídeo é uma porta de entrada para um mundo de conhecimento prático, onde atividades inspiradoras se desdobram diante dos espectadores. Desde experimentos empolgantes até projetos que incentivam a conservação da água, estas aulas desafiam as barreiras do som e convidam os estudantes surdos a se envolverem de maneira ativa e participativa.

O objetivo destas aulas é promover uma compreensão profunda das interações entre os componentes físico-naturais, a biodiversidade e o ciclo hidrológico. Além disso, elas exploram as complexas relações entre a produção, circulação e consumo de mercadorias, a diversidade de ecossistemas, fenômenos naturais e seus impactos ambientais. Também abordam programas e indicadores de saúde pública e a importância da preservação da biodiversidade.

Preparado para mergulhar nessa jornada única, onde a água se torna uma história visual e a educação ambiental abraça a diversidade da linguagem? Acompanhe-nos enquanto exploramos as profundezas do ensino de surdos sobre a água, uma experiência que ilustra vividamente a beleza da inclusão e da compreensão mútua.

habilidades

EF06CI01 - Classificar como homogênea ou heterogênea a mistura de dois ou mais materiais (água e sal, água e óleo, água e areia etc.).

A habilidade EF06CI01 – Classificação de Misturas pode ser menos central no contexto do seu projeto, dado que este parece se concentrar mais na educação ambiental e na saúde comunitária relacionada à água, do que na química das misturas. No entanto, se o projeto incluir atividades práticas relacionadas à análise da água, esta habilidade poderia ser tangencialmente abordada ao examinar as propriedades físicas da água em diferentes contextos ambientais.

EF07CI07 - Caracterizar os principais ecossistemas brasileiros quanto à paisagem, à quantidade de água, ao tipo de solo, à disponibilidade de luz solar, à temperatura etc., correlacionando essas características à flora e fauna específicas

O projeto foca na educação ambiental, com um destaque especial para a temática da água. Isso se alinha com a habilidade de caracterizar ecossistemas, especialmente no que diz respeito à quantidade de água e à biodiversidade associada. Atividades como a exploração de bacias hidrográficas, matas ciliares, e a gestão compartilhada das águas podem ser integradas para abordar esta habilidade.

EF07CI09 - Interpretar as condições de saúde da comunidade, cidade ou estado, com base na análise e comparação de indicadores de saúde (como taxa de mortalidade infantil, cobertura de saneamento básico e incidência de doenças de veiculação hídrica, atmosférica entre outras) e dos resultados de políticas públicas destinadas à saúde.

Embora o foco principal pareça ser a educação ambiental, há uma conexão indireta com a saúde comunitária, particularmente em relação à qualidade da água e seu impacto na saúde pública. A análise da água e a discussão sobre contaminação podem ser utilizadas para abordar questões de saúde relacionadas a doenças de veiculação hídrica.

Organizando as atividades

Aula 1

Objetivo

Compreender a água em seu estado natural e sua importância para o equilíbrio do planeta.

Distribuição da água no planeta Terra (momento do vídeo: 0min00s a 3min16s)

Antes da aula – Materiais 

Garrafa PET 2l com água

Durante a aula 

Para tornar mais compreensível a explicação da quantidade de água no planeta, sugerimos uma atividade prática:

  1. Pegue uma garrafa PET de 2 litros e encha-a de água. Explique que essa garrafa representa toda a água do mundo.

  2. Em seguida, pegue um copo transparente e encha-o até 1/3 com a água da garrafa. Relacione a água na garrafa PET como água salgada e a do copo como água doce.

  3. Encha a tampinha da garrafa com a água do copo. Explique que apenas essa quantidade na tampinha representa a água doce potável que podemos consumir.

  4. Coloque os três recipientes lado a lado em uma mesa e discuta as reflexões dos participantes, reforçando o que foi mostrado no vídeo.

  5. Por fim, questione sobre a quantidade de água potável no mundo e como estamos cuidando dela.”

Propriedades físicas da água (momento do vídeo: 3min17s a 5min32s)

Antes da aula – Materiais 

Três bolinhas de isopor (2 azul e 1 vermelha) e dois palitos

Durante a aula 

Para explicar como as moléculas de água se comportam nos diferentes estados físicos, sugere-se preparar sete modelos moleculares de água (H2O) com isopor e palitos de dente, ou usar tampinhas de garrafa se não tiver modelos prontos.

Reveja o vídeo com os participantes, explicando novamente que a água é composta por átomos de hidrogênio e oxigênio, usando os modelos moleculares para demonstrar isso.

Coloque os modelos sob uma mesa e peça aos participantes que lembrem como as moléculas se organizam nos diferentes estados físicos da água: próximas para o estado líquido, juntas para o estado sólido e dispersas para o estado gasoso.

O ciclo da água (momento do vídeo: 5min33s a 6min53s)

Antes da aula – Materiais 

Lousa para desenhar

Durante a aula 

Para explicar o ciclo da água, você pode desenhar um esquema em uma lousa, envolvendo os participantes na discussão e compartilhando suas lembranças. Ou então, crie uma representação visual para mostrar como os fenômenos naturais estão relacionados no ciclo da água.

Busque colocar na esquematização os seguintes elementos:

  1. Oceano ou corpo d’água: Representa a fonte inicial de água, de onde a evaporação ocorre.

  2. Sol: Mostra a energia solar que aquece a água e causa a evaporação.

  3. Nuvens: Indicam a condensação do vapor de água na atmosfera, formando nuvens.

  4. Chuva ou precipitação: Representa a fase em que a água retorna à superfície na forma de chuva, neve ou outro tipo de precipitação.

  5. Rios, lagos ou aquíferos: Simbolizam onde a água se acumula na superfície da Terra, formando corpos d’água doce, e de onde parte dela pode infiltrar no solo para recarregar aquíferos.

Propriedades químicas da água (momento do vídeo: 6min54s a 8min52s)

Antes da aula – Materiais 

Oito recipientes onde os estudantes irão colocar corante alimentar, areia, óleo, pedras, detergente colorido, sal, café, folhas e flores picadas

Durante a aula 

Para realizar uma atividade prática, você precisará de oito recipientes com água. Coloque quatro deles de cada lado de uma mesa. No centro da mesa, disponha os seguintes materiais: corante alimentar, areia, óleo, pedras, detergente colorido, sal, café, folhas e flores picadas.

Divida os participantes em dois grupos, um de cada lado da mesa. Peça a cada grupo que se aproxime da mesa. Cada grupo escolherá um representante para realizar a atividade.

Os representantes dos grupos devem despejar um dos materiais na água e misturá-lo. Observem o que acontece após alguns minutos. Notem se a mistura se mantém homogênea ou se há separação. Também, tentem identificar qualquer mudança de cheiro ou sabor na água.

É importante não fornecer as respostas diretamente, mas encorajar os participantes a refletir sobre os resultados das experiências. Relacionem essas observações com a natureza e situações do dia a dia, como discutido no vídeo.

Quantidade de água que o corpo humano necessita para a manutenção de seu organismo (momento do vídeo: 8min53s a 11min00s)

Antes da aula – Materiais 

Papel pardo

Durante a aula 

Para enfatizar este conteúdo, os participantes vão criar um cartaz que representa o corpo humano e a quantidade de água necessária para o funcionamento de cada órgão.

Um dos participantes deitará em cima de papel pardo, que servirá como modelo para desenhar o contorno do corpo humano. Todos vão usar canetinhas para desenhar os órgãos e escrever a quantidade de água necessária para que eles funcionem adequadamente.

Permita que os participantes dividam as tarefas e pesquisem imagens dos órgãos na internet ou pausem o vídeo quando ele mostrar o infográfico. Durante a atividade, converse com eles e pergunte se já tiveram ou conhecem alguém com problemas de saúde relacionados à falta de água, como cálculos renais, dor de cabeça, desidratação, entre outros.

Aula 2

Objetivo

Conhecer os elementos de uma bacia hidrográfica e compreender as suas interações no espaço em que está inserida.

Delimitação de uma bacia hidrográfica (momento do vídeo: 0min00s a 3min13s)

Antes da aula – Materiais 

Antes da atividade, prepare uma folha de árvore grande. A partir da veia principal da folha, aplique cola em alto relevo na cor azul (isso representará o rio principal). Em torno de toda a borda da folha, aplique cola amarela (representando o divisor de águas da bacia). Na metade direita da folha, aplique cola azul-clara ao redor de todas as veias e faça uma linha tracejada amarela ao redor de cada grupo de veias (indicando as sub-bacias ou microbacias que deságuam no rio principal).

Durante a aula 

Durante a aula, apresente essa folha aos participantes e explique novamente os conceitos apresentados no vídeo. Passe a folha para que cada participante possa observar de perto. Em seguida, mostre várias folhas de árvores que você coletou e leve-os a refletir sobre como as bacias hidrográficas, assim como as folhas de árvores, têm tamanhos e formatos diferentes.

Distribua uma folha de papel sulfite para cada participante e forneça a eles uma folha de árvore. Peça a todos que redesenhem sua própria folha, destacando o rio principal e os rios menores, delineando o divisor de águas e as sub-bacias com base nas veias da folha, seguindo as instruções de cores previamente explicadas.

Elementos de uma bacia hidrográfica (momento do vídeo: 3min14s a 7min37s)

Durante a aula 

Usando uma maquete, explique os elementos do vídeo, como as nascentes, os córregos, os lagos, os rios e onde estão as águas subterrâneas. Utilize um modelo em 3D para ilustrar as curvas de nível e encoraje os participantes a imaginarem a vista de diferentes pontos da bacia (a montante e a jusante do rio).

Simule com os participantes o que acontece quando chove nesse espaço e pergunte para onde a água escoa em cada parte da bacia. Também questione se eles sabem em qual bacia hidrográfica estão localizados, tanto em nível estadual quanto regional. Forneça contexto sobre a bacia que será visitada em campo, utilizando imagens de satélite do Google Earth e mapas, se necessário.

Aula 3

Objetivo

Compreender a dinâmica da mata ciliar no território em que está inserida, considerando a fauna e flora local, além da preservação da água dos rios em quantidade
e qualidade.

Modelo reduzido de mata ciliar

Antes da aula – Materiais 

  • 4 garrafas PET de 2 litros;
  • Terra;
  • Grama viva ou pequenas plantas;
  • Barbante;
  • Tesoura.

Montagem:

  1. Corte 2 garrafas ao longo, mantendo o gargalo e o fundo, e mantenha as tampas.
  2. Encha uma das garrafas com terra e na outra coloque terra e as plantas, formando uma cobertura vegetal. Certifique-se de não ultrapassar a altura da saída dos gargalos.
  3. Corte o fundo e o gargalo das outras garrafas, mantendo também as tampas.
  4. Os fundos cortados das garrafas servirão como calços para inclinar as garrafas com a terra e as plantas.
  5. Os gargalos restantes formarão funis e devem ser pendurados com barbantes nos gargalos das garrafas para coletar a água.
  6. Certifique-se de criar este modelo pelo menos 3 semanas antes de usá-lo para permitir que as raízes das plantas se aprofundem no solo.
  7. É aconselhável fazer um teste preliminar para determinar a quantidade de água necessária para escorrer pelos funis.

Durante a aula 

Coloque o modelo em escala reduzida de mata ciliar em uma mesa na frente dos participantes. Abra os gargalos das garrafas e convide um voluntário para simular a chuva usando um regador, despejando água lentamente na garrafa com as plantas. Em seguida, peça a outro voluntário para regar a garrafa que contém apenas terra. Enquanto aguardam os resultados, questione os dois participantes sobre o que eles acham que acontecerá em cada garrafa e depois faça a mesma pergunta ao grupo.

Espera-se que a água que escorre da garrafa com as plantas seja mais limpa do que a que não tem vegetação. Com base nesses resultados, discuta com os participantes a relação entre a vegetação e a proteção do solo contra erosão e assoreamento. Pergunte o que eles observam nas cidades durante as chuvas e quais problemas a impermeabilização do solo pode causar nos centros urbanos.

Construindo coletivamente uma maquete de mata ciliar

A partir das características discutidas e aprendidas, proponha ao grupo a criação coletiva de uma maquete de uma mata ciliar imaginária. Divida a maquete em duas partes: à esquerda, representando a mata ciliar preservada, e à direita, sem vegetação. Forneça um pedaço de papelão como base e materiais para facilitar a construção, como tintas coloridas, pincéis, cartolinas coloridas, cola branca, tesoura, terra, canudos ou palitos de sorvete/dente, esponja de lavar roupa e materiais recicláveis.

Enquanto criam a maquete, converse com os participantes e pergunte se eles se lembram de ter visto em suas cidades algum lugar com mata ciliar. Incentive-os a compartilhar nomes de árvores que conhecem e a mencionar que tipos de animais já avistaram nesses locais. No final, peça que coloquem seus nomes na maquete e exponham-na na instituição ou entidade por um período.

Aula 4

Objetivo

Refletir sobre os usos da água em nosso cotidiano e seu consumo na produção agrícola, industrial e comercial.

Usos consuntivos e não consuntivos da água (momento do vídeo: 0min00s a 2min47s)

Antes da aula – Materiais 

  • Papel sulfite;
  • Canetas coloridas ou lápis de cor.

Durante a aula 

Distribua uma folha de papel sulfite para cada participante e peça que desenhem uma linha no meio da folha. No lado esquerdo, eles devem desenhar todas as atividades diárias em que usam água e que reduzem a quantidade disponível (esses são os usos consuntivos). No lado direito da folha, eles devem desenhar atividades em que usam água, mas que não afetam a quantidade total disponível (esses são os usos não consuntivos).

Em seguida, convide cada participante a apresentar seu desenho e identificar a atividade mais comum entre todos. Faça perguntas sobre ações cotidianas, como deixar a torneira aberta enquanto escovam os dentes ou lavam louça, e se demoram ao utilizar a água em alguma atividade que a requer. Também, incentive-os a mencionar atividades que possam ter esquecido, como o uso da descarga. Pergunte se eles têm em casa algum mecanismo que economiza água ou se sabem a quantidade média de água usada em cada atividade. Para este último item, eles podem realizar uma pesquisa rápida na Internet para compartilhar com os demais.

Outra maneira de abordar esse tópico é através de uma encenação. Escolha um participante para representar seu dia-a-dia na frente do grupo, e todos devem prestar atenção e identificar os momentos em que a água é usada. Você também pode questionar se alguém é sócio de algum clube, já foi a um pesqueiro ou a algum lugar com piscina e pedir a um participante que represente um dia nesses locais. Faça as mesmas reflexões mencionadas anteriormente, mas com foco no uso da água nesses ambientes compartilhados.

A água que não se vê (momento do vídeo: 2min48s a 10min32s)

Antes da aula – Materiais 

  • Lista de alimentos e produtos favoritos dos participantes;
  • Massinhas de modelar coloridas;
  • Bloquinhos de anotações e canetas.

Durante a aula 

Para esta atividade, peça aos participantes que comecem refletindo sobre seus alimentos e produtos favoritos, fazendo uma lista com pelo menos cinco deles. Em seguida, explique que eles participarão de uma feira de trocas desses produtos entre eles. A razão para isso é o aumento do preço dos produtos devido à escassez de água causada por uma seca no estado, o que afetou os reservatórios de água e, por consequência, o custo final das mercadorias.

Divida os participantes em grupos menores e forneça massinhas de modelar coloridas para que eles modelem os cinco produtos que escolheram. Enquanto fazem isso, converse com cada um e pesquise na internet (ou use informações do vídeo) o consumo médio de água em litros para a produção de cada produto, anotando na lousa.

Quando todos terminarem de modelar seus produtos, peça a cada um que apresente quais itens estão dispostos a trocar e mostre os valores de consumo de água que você anotou na lousa, estimulando a discussão. Em seguida, peça a cada participante que some o total de litros que seus produtos representam. Este total é o limite máximo de litros de água que eles podem gastar ao fazer trocas com os outros participantes. Deixe bloquinhos de anotações e canetas com eles para que possam fazer os cálculos.

A única regra é que, se o valor de consumo de água de um produto for maior e alguém quiser trocá-lo por um produto com menor consumo, isso é permitido. No entanto, o oposto não é possível (trocar um produto com menor consumo por um com maior consumo), a menos que a troca envolva mais de um item.

Dê um tempo para que as trocas aconteçam. Em seguida, promova uma discussão com todos sobre a experiência e os resultados. Observe se alguém se concentrou apenas em produtos duráveis em vez de alimentos, ou vice-versa. Reflita sobre possíveis injustiças, como pessoas com mais litros de água para trocar do que outras, e se alguém demonstrou solidariedade ao compartilhar ou doar produtos. Traga essas reflexões para o cotidiano dos participantes, destacando a existência de pessoas mais vulneráveis com menos acesso à água potável, alimentos e bens materiais. Discuta como os gastos de água variam devido a fatores econômicos, políticos, culturais, bem como o consumo pelas indústrias e agricultura.

Aula 5

Objetivo

Refletir sobre o descarte sem tratamento de água após o consumo humano e suas implicações à natureza e à sociedade.

Dinâmica de tempo de decomposição dos resíduos sólidos nos oceanos

Antes da aula – Materiais 

  • Cartaz com os resíduos a serem discutidos;
  • Prêmios simbólicos (como bombons).

Materiais:
• 2 papéis pardos; fita adesiva ou cola; tesoura; lápis de escrever e borracha;
canetinhas, lápis de cor ou giz de cera; papel sulfite.
Montagem:
1. Cole as extremidades dos papéis pardos um no outro em posição de retrato,
permitindo que o cartaz fique mais comprido.
2. Escreva o título grande em cima do cartaz.
3. Monte o cenário. Desenhe a superfície do oceano, podendo colocar um barco ou
navio, gaivotas voando e o céu. No final do cartaz, faça o fundo do mar, com o
solo, algas e corais. Deixe a maior parte do espaço do meio para a água do mar,
desenhando pequenos peixes e outros seres marinhos, mas não os destacando
do cartaz.
4. Desenhe em um papel à parte e pinte ou imprima alguns dos seguintes objetos:
boia de isopor, caixa de leite, carne, cascas de frutas, fósforo, fralda, garrafa de
vidro, garrafa plástica, jornal, lata de aço, lata de alumínio, linha de nylon, lixo
radioativo, madeira pintada, papel toalha, pneu, roupa de algodão, recortando-os
e colando-os separadamente um do outro no cartaz.

5. Imprima o tempo de decomposição de cada um deles em papel à parte e recorteos, deixando-os separados.
6. Tenha uma cópia dos resíduos e suas respectivas decomposições abaixo para
consultar na hora de aplicar a dinâmica.
• Boia de isopor = 80 anos
• Caixa de leite = 3 meses
• Carne = 7 anos
• Cascas de frutas = 1 ano
• Fósforo = 6 meses
• Fralda = 450 anos
• Garrafa de vidro = 1 milhão de anos
• Garrafa plástica = 400 anos
• Jornal = 6 meses
• Lata de aço = 10 anos
• Lata de alumínio = 200 anos
• Linha de nylon = 650 anos
• Lixo radioativo = 250 mil anos
• Madeira pintada = 13 anos
• Papel toalha = 2 a 4 semanas
• Pneu = Não se sabe
• Roupa de algodão = 1 ano

Durante a aula 

Prepare com antecedência os materiais necessários para esta dinâmica, conforme descrito. Fixe o cartaz em uma parede lisa e comece fazendo uma introdução sobre o descarte de resíduos nas ruas e como isso pode afetar os oceanos. Explique que o tempo de decomposição dos resíduos varia, podendo levar de meses a milhares de anos, especialmente no ambiente marinho, onde o sal conserva esses materiais e prolonga o processo.

Para tornar a abordagem mais interativa, você pode realizar uma brincadeira em que os participantes devem adivinhar quanto tempo leva para que cada resíduo se decomponha no mar (exiba cada resíduo no cartaz). Aqueles que acertarem ou chegarem mais perto do tempo correto podem receber um pequeno prêmio, como um bombom.

Escolha um dos resíduos no cartaz e pergunte a cada participante quanto tempo eles acham que leva para que esse resíduo se decomponha. Quando alguém acertar ou se aproximar do tempo correto, entregue a ficha correspondente ao tempo exato e peça que a colem no cartaz, logo abaixo do desenho do resíduo. Em seguida, ofereça o prêmio antes de a pessoa retornar ao seu lugar. Repita esse processo para todos os resíduos, começando pelos que têm o menor tempo de decomposição e terminando com os que levam mais tempo.

Após a dinâmica, promova uma discussão e reflexão com os participantes sobre o que eles e a comunidade em geral podem fazer para reduzir a quantidade de resíduos e as melhores formas de descartá-los e tratá-los. Deixe o cartaz exposto na instituição ou entidade por um período.

Aula 6

Objetivo

Compreender o funcionamento de uma Estação de Tratamento de Esgoto ou Água, identificando os principais processos envolvidos, os impactos ambientais positivos e os benefícios para a comunidade.

Reconhecer a importância da gestão sustentável dos recursos hídricos em seu contexto local e global.

Visita a uma Estação de Tratamento de Água (ETA) e de Esgoto (ETE)

Antes da visita à ETA ou ETE:

  • Planeje com antecedência a visita à Estação de Tratamento de Água (ETA) ou Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) em seu município.

  • Considere datas, horários e meios de transporte adequados.

  • Crie um cronograma e compartilhe com os participantes, incluindo orientações sobre o que vestir e levar.

  • Esteja disponível para esclarecer dúvidas e tratar de necessidades especiais dos participantes, como mobilidade reduzida.

Durante a visita à ETA ou ETE:

  • Incentive os participantes a fazerem perguntas ao monitor e a refletirem sobre o processo de captação de água e tratamento de esgoto.

  • Discuta o tempo necessário para esses processos e questione sobre os materiais mais comuns e inusitados recolhidos no início do tratamento.

  • Aborde a possível existência de tratamento de substâncias como hormônios, fármacos, cafeína, parabenos e microplásticos na ETE e como isso é realizado.

  • Caso a captação de água em seu município seja feita por meio de poços, considere incluir uma visita a esses locais.

  • Se não houver uma ETE na região, promova uma discussão sobre as razões para essa ausência e as possíveis consequências para o município e sua população.

Sugestões de materiais complementares sobre esta proposta

Tabita Teixeira. Oficinas das Águas em Libras – páginas 121 à 139. Disponível em: http://www.profciamb.eesc.usp.br/wp-content/uploads/2023/03/Agua-e-Sustentabilidade-Espacos-Nao-Formais-de-Educacao-VOL4.pdf

Tabita Teixeira. Dia Mundial da Água com Libras – páginas 55 à 63. disponível em: http://www.profciamb.eesc.usp.br/wp-content/uploads/2023/03/Agua-e-Sustentabilidade-Educacao-Infantil-e-Ensino-Fundamental-VOL2.pdf

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