O material aborda tópicos como a importância da água, disponibilidade global e local, e estratégias para um consumo responsável.
Pesquisadora/Autora
Ma. Maciara Gomes Leite da Silva
Currículo Lattes
http://lattes.cnpq.br/7779674203820394
Orientadora
Profa. Dra. Valéria Sandra de Oliveira Costa
Coorientadora
Prof. Dr. Cláudio Jorge Moura de Castilho
Instituição de Ensino
Universidade Federal de Pernambuco
Resumo da pesquisa
Diante da crise hídrica agravada por mudanças climáticas e questões de gestão, a pesquisa destaca a urgência de ações educativas para fomentar o uso consciente da água. Nesse sentido, propõe a criação de uma cartilha educativa centrada na realidade hídrica local de Pesqueira/PE, um município marcado pela escassez de chuvas. A iniciativa visa promover discussões, análises e reflexões sobre a responsabilidade individual na preservação dos recursos hídricos, utilizando a Educação Ambiental (EA) como ferramenta de sensibilização.
O material aborda tópicos como a importância da água, disponibilidade global e local, e estratégias para um consumo responsável. Destinada a estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, a cartilha alinha-se às diretrizes educacionais de Pernambuco, que incentivam a abordagem de temas ambientais nessa fase de ensino.
A validação do conteúdo se deu através de oficinas educativas com a participação de estudantes, professores, gestores escolares e representantes de organizações locais, evidenciando a relevância de abordar a educação ambiental a partir de uma perspectiva local, mas sem perder de vista a dimensão global da crise hídrica.
Palavras-chave
Crise Hídrica, Educação Ambiental, Responsabilidade Social.
Link para acesso ao material original
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32857?mode=full
Certamente, a água é o recurso mais precioso e vital para a existência de toda a forma de vida que conhecemos. No entanto, estamos em uma época em que a crise hídrica se faz cada vez mais presente, seja devido às mudanças climáticas, seja pela gestão pública. Neste contexto, a educação se mostra como uma ferramenta poderosa no fomento à preservação e ao uso consciente desse recurso. E é precisamente sobre essa temática que mergulha a pesquisa em destaque, explorando maneiras práticas e locais de engajar os alunos do ensino fundamental na proteção do nosso bem mais precioso.
Ao focalizar a realidade hídrica da cidade de Pesqueira, em Pernambuco, a pesquisa vai além da teoria e se aprofunda na construção de um material educativo ricamente detalhado. Estamos falando de uma cartilha que não só disseca a atual situação da água no município, mas também oferece uma visão global da disponibilidade hídrica, promovendo uma reflexão crítica e consciente sobre o papel de cada indivíduo na preservação desse recurso vital. A incursão pela educação ambiental (EA) se dá de forma profunda, guiando os jovens estudantes em uma jornada de descoberta e compreensão do ambiente que os cerca, incentivando-os a tornarem-se agentes ativos de mudança.
Convidamos você a explorar esse recurso pedagógico inovador, que nasce de uma abordagem local, mas reverbera em uma consciência global. Uma ferramenta que possui o potencial de semear a curiosidade e a responsabilidade ambiental nas mentes jovens, equipando-os com o conhecimento necessário para navegarem em um mundo cada vez mais marcado por desafios ambientais complexos. Acompanhe-nos nesta jornada de aprendizado e descubra como podemos, juntos, criar uma geração mais consciente e preparada para lidar com as questões hídricas presentes e futuras.
Este conceito pode ser integrado ao discutir a qualidade da água disponível e a necessidade de tratamento ou purificação.
A pesquisa pode incluir a análise de como o acesso à água limpa e segura impacta a saúde da comunidade.
Embora não diretamente relacionado à água, esse tópico pode ser abordado ao discutir as mudanças climáticas e seus impactos nos recursos hídricos.
Embora focado em energia, essa habilidade pode ser adaptada para avaliar o consumo de água nas residências e seu impacto no ambiente.
Este tema é central ao projeto, que visa conscientizar sobre a crise hídrica e promover ações responsáveis.
A cartilha pode incluir atividades e projetos que incentivem os alunos a desenvolver soluções práticas para problemas relacionados à água em suas comunidades.
A água é vida, sem a qual, seria impossível a sobrevivência das várias espécies. A água é tão importante para os seres vivos, que a existência deste líquido em um planeta é sinal de que pode haver vida neste astro (LINHARES; GEWANDSZNAJDER, 2013).
Os primeiros seres vivos surgiram em ambientes aquáticos, com o passar do tempo, foram aparecendo outras formas de vida adaptadas à ambientes terrestres, mesmo assim a água continua sendo o habitat de muitos seres vivos, como as algas e os peixes.
Já no corpo dos seres vivos a água é a substância presente em maior quantidade.
Habitat – siginifica o espaço em que os seres vivos vivem e se desenvolvem.
A falta de água pode ser fatal para os seres vivos. Na maioria dos animais, as funções vitais apenas se realizam com a presença de água, a qual elimina substâncias dos organismos e regula a temperatura do corpo através da transpiração. Para o ser humano, é muito importante tomar água regularmente visando ao bom funcionamento do organismo.
A perda de 20% de água corpórea (desidratação) pode levar as pessoas à morte. Além da água contida em parte dos alimentos, um ser humano adulto precisa tomar, em média, dois litros desse precioso líquido por dia. A água, no organismo, tem função de hidratação, eliminação de toxinas, transporte de nutrientes, lubrificação, reposição de energia, auxilio na digestão, entre outras funções vitais.
DESAFIO
Você já parou para observar e contar a quantidade de água que você bebe ao dia?
Fotossíntese é o processo realizado pelas plantas para a produção de energia necessária para sua sobrevivência. A água é uma das matérias-primas da fotossíntese.
Nas plantas, a água é necessária durante o processo de fotossíntese, que acontece quando a planta fabrica o seu alimento.
Cada espécie apresenta suas particularidades em relação a necessidade de água, porém, para a existência das espécies ela é fundamental. A importância da água para os seres vivos ainda se estende para a manutenção de habitats, tanto os aquáticos como os terrestres; para a alimentação e reprodução das espécies; para a extração e manutenção da vida humana; para irrigação de campos entre outros, comprovando que sem água seria impossível à existência da vida no planeta Terra.
A água é a substância mais abundante na superfície terrestre; no entanto a maior parte é salgada e, assim imprópria para o consumo de muitos animais, inclusive para os seres humanos. Além dos mares, há água nos rios, nos lagos e lagoas, nas geleiras, dentro do solo, em pequenas gotas suspensas no ar e nos próprios seres vivos.
Cerca de 97,5% da água presente em nosso planeta é salgada, constituindo mares e oceanos. O restante, cerca de 2,5%, é de água doce; porém, esta se encontra quase que toda congelada ou no subsolo. Temos, assim, uma abundante quantidade deste recurso, que apresenta distribuição irregular e apenas uma pequena quantidade de água se encontra disponível para o homem e outros seres vivos. Existe muito mais água nos lençóis subterrâneos do que nos rios e lagos, e a maior parte se encontra em lugares muito profundos. Os lençóis de água menos profundos são rapidamente esgotados e grande parte da água superficial corre para o mar.
O Brasil detém 12% da água doce disponível no mundo. Entretanto, esse recurso distribui-se desigualmente no país. Segundo dados da Agência Nacional de Águas (ANA, 2010) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2018) a região Norte conta com 68,5%, maior concentração dos recursos hídricos e o percentual de 8,72% da população brasileira, enquanto a região Sudeste possui um percentual de 42,07% da população do Brasil e somente 6% dos recursos hídricos.
Para facilitar a administração dos recursos hídricos, o Brasil está dividido em 12 regiões hidrográficas representadas na figura abaixo. Estão restritas ao espaço territorial das 27 unidades federativas brasileiras, diferente das bacias hidrográficas que podem ultrapassar as fronteiras nacionais. A região hidrográfica é composta por uma ou mais bacias hidrográficas contíguas e pelas águas subterrâneas e costeiras a elas associadas.
Mesmo possuindo grandes bacias hidrográficas, o Brasil sofre com escassez de água, devido à
distribuição irregular da densidade populacional que cresce exageradamente e se concentra em áreas de pouca disponibilidade hídrica.
Bacia Hidrográfica é toda área em que as águas superficiais escorrem em direção ao leito de
um rio pela força da gravidade.
A água é captada dos reservatórios que abastecem a cidade de Pesqueira e antes de ser consumida pela população deverá passar pelos seguintes processos:
A poluição, o desmatamento, o crescimento populacional e as mudanças climáticas são indicados como fatores que mais agravam a crise de água. Além do desperdício da água e a degradação dos mananciais. No estado de Pernambuco, particularmente na cidade de Pesqueira a crise hídrica tem afetado algumas atividades, sejam elas, em casa, no emprego, na escola, na comunidade, individual e coletivamente. Por este motivo, toda população pode e deve contribuir para evitar ou pelo menos adiar o colapso dos reservatórios de água. De acordo com o IBGE (2018) o uso per capita de água das famílias no Brasil é de 108,4 litros/dia podendo chegar a 200 litros/dia. Com o consumo de água crescendo e as reservas diminuindo, torna-se urgente a adoção de novos hábitos em relação ao uso da água.
Manciais são todas as fontes de água, superficiais ou subterrâneas, que podem ser usadas para o abastecimento público.
Algumas sugestões poderão fazer a diferença na hora de economizar água. São medidas que podem ser adotadas imediatamente e não necessitam de nenhuma adaptação em encanamento ou torneiras.
Conhecendo a sua autonomia hídrica
O objetivo é divulgar como as pessoas poderão calcular o seu Período de Autonomia Hídrica (PAH). Este período corresponde à quantidade de dias em que as pessoas realizam suas atividades domésticas com a água armazenada até o próximo fornecimento.
Para saber o PAH, basta dividir a capacidade da caixa d’água que se tem em casa pelo consumo
médio mensal, que pode ser verificado na conta de água. Como o volume de água apresentado na conta é medido em metros cúbicos (m³) e o volume das caixas d’água em litros (L). A conversão de uma medida para outra é fácil. Como 1 m³ é igual a 1.000 L, basta tirar três zeros.
Se a sua caixa de água tiver 5.000 L, ou seja, 5 m³ e o seu gasto médio mensal é de 10 m³, o seu PAH é igual:
Este é o tempo que a sua casa pode ficar sem receber água da rua sem as torneiras secarem. Caso o mês levado em consideração no cálculo tiver 31 dias ou for referente a fevereiro (28 dias), basta mudar a multiplicação por 31 ou 28.
DESAFIO
Dê uma volta no seu bairro e em uma folha de papel, anote o que você pode observar sobre como o meio ambiente é tratado no seu bairro e na sua casa. Veja se há lixo jogado em lugar errado, se há vazamento de água na sua rua ou na sua casa, se seus vizinhos, familiares e amigos desperdiçam água.
A água é essencial para a manutenção da vida, dependemos dela para suprir as nossas necessidades básicas, utilizando-a na produção e preparação de alimentos, hidratação do corpo e realização de higiene pessoal e ambiental. Embora em alguns casos, ela também é veículo para transmissão de várias doenças e se não tiver o tratamento adequado, poderá causar sérios danos à saúde.
Vamos conhecer algumas doenças transmitidas pela água:
DESAFIO
Entreviste as pessoas da sua rua, do seu bairro para saber se já houve casos de uma dessas doenças e anote as respostas. Aconselhe aqueles que relatarem estarem doentes a procurar um serviço médico.
Pode ocorrer que o abastecimento público não seja suficiente para atender às necessidades da população. Em casos como este para manter as atividades de consumo doméstico, como descarga sanitária, limpeza, regação de plantas e outros será necessário buscar fontes alternativas de água. A portaria nº 2914 de 12/12/11 do Ministério da Saúde define as atribuições dos Estados e Municípios quanto aos procedimentos de controle e de qualidade da água para consumo humano proveniente de sistema e solução alternativa de abastecimento de água (BRASIL, 2011).
Vejamos algumas fontes de água possíveis para uso não potáveis:
A construção de cisternas vem de uma cultura milenar de armazenar a água da chuva ou água de poço. No semiárido nordestino a construção de cisternas de placas ou cisternas calçadão amenizou a falta de água nos períodos de estiagem. Salientando que existem vários procedimentos para a construção desse tipo de reservatório, como a escolha do local adequado e os cuidados de uso e conservação.
É o primeiro recursos que lembramos quando a água acaba. Porém existem alguns cuidados que devemos ter ao utilizar água proveniente desses caminhões. A vigilância sanitária fiscaliza as normas higiênico- sanitárias para o transporte e comercialização de água em caminhões pipas, uma vez que o consumo de água contaminada pode acarretar doenças graves.
A perfuração de poços tem sido outra alternativa para se adquirir água. A água do subsolo é um bem público, mesmo quando se encontra numa propriedade particular, recomenda-se que antes de perfurar um poço e começar a usar a água, fique atento a legislação e alguns riscos.
Valéria Costa. Cartilha Águas de Pesqueira. Disponível em:
https://www.dropbox.com/s/a2i04p4469g0q0a/Cartilha%20Aguas%20de%20Pesqueira.pdf?dl=0
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Samara Moura
E-mail: maria.moura@usp.br
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