Conservação das águas: a percepção ambiental de moradores da comunidade Guadalupe em Tabatinga/AM

Pesquisadora/Autora

Ma. Ana Cláudia Ferreira Olímpio

Currículo Lattes

http://lattes.cnpq.br/8960849933451461

Orientadora

Profa. Dra. Edivânia dos Santos Schropfer

Instituição de Ensino

Universidade Federal do Amazonas

Resumo da pesquisa

A crise no abastecimento de água, exacerbada por ações humanas e crescimento populacional, destaca a necessidade de conservação, especialmente na Amazônia. Embora os rios da Bacia Amazônica sejam relativamente limpos em escala regional, problemas locais persistem, como o tratamento inadequado de água em cidades da região norte. A pesquisa focou na comunidade de Guadalupe, em Tabatinga, Amazonas, e desenvolveu um jogo de tabuleiro educativo voltado para a sensibilização sobre o uso e conservação da água entre estudantes e suas famílias.

Palavras-chave

Transformações de paisagens e topofilia; Acesso e uso da água; Estratégias de conservação das águas; Material didático transdisciplinar; Jogo de tabuleiro.

Link para acesso ao material original

https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6698

Introdução

Já imaginou transformar o ensino de educação ambiental em uma experiência imersiva e lúdica, onde seus alunos são os protagonistas em um tabuleiro que espelha a realidade de uma comunidade às margens do rio Solimões? Prepare-se para conhecer um jogo de tabuleiro que faz mais do que entreter: ele educa, conscientiza e mobiliza! Desenvolvido a partir de uma pesquisa na comunidade Guadalupe, o jogo é uma trilha de 54 “casas”, cada uma com uma missão ou mensagem única sobre a conservação da água.

Mas a genialidade está nos detalhes: casas verdes, amarelas e vermelhas servem como mini-aulas interativas, abordando respectivamente atitudes positivas, informações e ações que precisam ser repensadas sobre o uso da água. Os jogadores se movem pelo tabuleiro, respondendo a questões e realizando tarefas que os fazem avançar ou recuar, dependendo de suas escolhas e acertos. É como trazer o mundo lá fora para dentro da sala de aula, dando aos alunos a chance de “viver” os desafios da conservação da água em um formato acessível e envolvente.

Então, que tal trazer essa inovação para sua sala de aula? Este é o tipo de recurso pedagógico que pode transformar a forma como seus alunos veem e interagem com questões ambientais críticas. E o melhor: tudo isso enquanto eles se divertem e aprendem em um ambiente colaborativo. Pronto para embarcar nessa jornada lúdica e educativa? Continue lendo e saiba como fazer desse jogo uma ferramenta de ensino inesquecível!

habilidades

EF06CI01 - Classificar como homogênea ou heterogênea a mistura de dois ou mais materiais (água e sal, água e óleo, água e areia etc.).

Este conceito pode ser integrado ao jogo de tabuleiro, onde os alunos podem aprender sobre a qualidade da água e os diferentes tipos de poluição.

EF07CI08 - Avaliar como os impactos provocados por catástrofes naturais ou mudanças nos componentes físicos, biológicos ou sociais de um ecossistema afetam suas populações, podendo ameaçar ou provocar a extinção de espécies, alteração de hábitos, migração etc.

Este aspecto pode ser explorado ao discutir as mudanças no ecossistema local devido à poluição da água e outras práticas insustentáveis.

EF07CI09 - Interpretar as condições de saúde da comunidade, cidade ou estado, com base na análise e comparação de indicadores de saúde (como taxa de mortalidade infantil, cobertura de saneamento básico e incidência de doenças de veiculação hídrica, atmosférica entre outras) e dos resultados de políticas públicas destinadas à saúde.

A relação entre a qualidade da água e a saúde da comunidade pode ser um tema explorado no jogo.

EF08CI16 - Discutir iniciativas que contribuam para restabelecer o equilíbrio ambiental a partir da identificação de alterações climáticas regionais e globais provocadas pela intervenção humana

O jogo pode incluir cenários que ilustrem como as ações humanas afetam o equilíbrio ambiental, especialmente em relação à água.

EF09CI13 - Propor iniciativas individuais e coletivas para a solução de problemas ambientais da cidade ou da comunidade, com base na análise de ações de consumo consciente e de sustentabilidade bem-sucedidas

O jogo pode incentivar os alunos a pensar em soluções práticas para os problemas de conservação da água em suas comunidades.

Organizando as atividades

Jogo de tabuleiro "Trilhando o caminho para a consevação das águas"

Como jogar

  1. Dividir a turma em grupos de quatro a cinco alunos;
  2. Cada grupo deverá receber um pino para representar a equipe, o qual deve ser recortado, pintado com cores diferentes e montado pelos próprios alunos (clique para acessar o arquivo de moldes); ou podem utilizar qualquer material com cores e/ou formatos diferentes, disponíveis na escola;
  3. Organizar os cartões de tarefas, por cores (verde, amarela e vermelha), no local indicado no tabuleiro;
  4. Cada grupo escolhe um líder, que joga o dado para definir a ordem do jogo. O grupo que tirar o maior número será o primeiro; o próximo a jogar é o da esquerda do primeiro, e assim sucessivamente;
  5. Cada grupo deve mover os pinos pela trilha, de acordo com o número sorteado no dado;
  6. Caso os jogadores do grupo parem em uma das casas especiais, mas cores verde, amarela ou vermelha, o líder do grupo da direita deverá escolher um cartão, de acordo com a cor da casa onde os jogadores da vez pararam e ler a tarefa descrita na carta, a qual deve ser cumprida;
  7. Os jogadores da vez devem responder a pergunta ou realizar a atividade proposta no cartão;
  8. Ganha quem completar primeiro a trilha;
  9. Ao final do jogo, todo material (tabuleiro, dado, pinos e cartas) devem ser devolvidos.

Como o jogo deve ser utilizado

Recomenda-se que o jogo não seja utilizado de forma aleatória, sem uma prévia discussão do tema em sala de aula, pois corre-se o risco de não alcançar os objetivos para o qual está sendo proposto, qual seja: sensibilizar estudantes da educação básica a reconhecerem a necessidade do uso racional e da conservação da água doce potável, visando a continuidade da vida na Terra. Sugere-se, assim, que antes de utilizar o jogo, o tema água seja trabalhado de forma multi e transdisciplinar com os estudantes, a partir do contexto local e global, trazendo discussões sobre: poluição, contaminação, acesso, uso e conservação das águas, identificando atitudes que contribuem para a sua conservação. Algumas sugestões para levantar as discussões são: levar os discentes para visitar um igarapé poluído ou correndo risco de ficar contaminado; discutir o tema a partir de vídeos e/ou aulas dialogadas; promover pesquisa para registrarem o tempo de duração do banho dos membros da família (consumo racional); discutir o consumo de água pelo mundo, entre outras.

Regras do jogo e como jogar

O jogo tem um ponto de saída e um de chegada e o percurso da trilha é demarcado por casas especiais, com perguntas e atitudes sobre o uso racional da água, bem como informações sobre acesso e usos das águas num contexto local e global, com a finalidade de sensibilizar os estudantes para a conservação das águas, motivando-os a terem atitudes que contribuam para o uso racional e o cuidado com os rios e igarapés da cidade onde moram.

Os jogadores lançam um dado para verificar quem irá iniciar o jogo. O primeiro a jogar será o que tirar o maior número no dado. Os jogadores respondem às questões e andam números de casas para frente ou para trás, dependendo do número obtido ao jogar o dado e dos acertos nas respostas às questões. A cada rodada, a sorte é lançada no dado e o vencedor é o jogador que, depois de cumprir todas as tarefas, chega primeiro à última casa. Os cartões apresentam perguntas, atitudes e tarefas variadas sobre uso, acesso e conservação das águas e possuem instruções para avançar ou recuar casas durante o jogo, com o intuito de estimular a construção do conhecimento pelos participantes.

Ao aplicar o jogo na escola, sugere-se que os estudantes sejam divididos em equipes de quatro a cinco jogadores – no máximo, e todos joguem com um único tabuleiro. As regras definidas para os jogadores são: cada equipe elege um representante para jogar o dado, porém todos os estudantes da equipe são solicitados a ajudar o representante a responder as questões e a executar as ações solicitadas. Em seguida cada equipe lança o dado e a que tirar o maior número inicia a partida. A segunda equipe a jogar será, então, a que estiver à esquerda da primeira, e assim sucessivamente.

A equipe que tirou o maior número lança o dado novamente, dando início ao jogo. O número que aparecer na face de cima do dado é a quantidade de casas que os jogadores deverão movimentar os pinos (Clique para acessar o arquivo de moldes). Caso os jogadores do grupo parem em uma das casas especiais, os seus integrantes precisam responder a perguntas ou realizar ações indicadas nos cartões de cores correspondentes, para avançar ou recuar no tabuleiro. A tarefa a ser cumprida pelo grupo da vez, deve ser escolhida pelo líder do grupo da direita, que tira uma carta aleatoriamente, na cor da casa onde os jogadores da vez pararam e lê o enunciado com a questão, a qual deve ser cumprida, para avançar ou recuar no tabuleiro.

Dessa forma, durante a trilha os estudantes têm oportunidade de se expressar, construir conhecimentos individualmente e coletivamente e discutir questões ambientais. As perguntas e tarefas descritas nos cartões utilizados no jogo foram baseadas nos resultados da pesquisa de campo, em estudos sobre o tema desenvolvidos por outros autores e dados de arquivo da Agência Nacional de Águas (2017).

Os enunciados dos cartões estão descritos nos Quadros 01 (Cartões Verdes), 02 (Cartões Amarelos) e 03 (Cartões Vermelhos) e podem ser reproduzidos para serem utilizados na aplicação do jogo. Mas, também, podem ser feitos novos enunciados, ou seja, novos cartões, de acordo com a realidade local de cada contexto onde o jogo esteja sendo utilizado.

Como o jogo deve ser utilizado

Recomenda-se que o jogo não seja utilizado de forma aleatória, sem uma prévia discussão do tema em sala de aula, pois corre-se o risco de não alcançar os objetivos para o qual está sendo proposto, qual seja: sensibilizar estudantes da educação básica a reconhecerem a necessidade do uso racional e da conservação da água doce potável, visando a continuidade da vida na Terra. Sugere-se, assim, que antes de utilizar o jogo, o tema água seja trabalhado de forma multi e transdisciplinar com os estudantes, a partir do contexto local e global, trazendo discussões sobre: poluição, contaminação, acesso, uso e conservação das águas, identificando atitudes que contribuem para a sua conservação. Algumas sugestões para levantar as discussões são: levar os discentes para visitar um igarapé poluído ou correndo risco de ficar contaminado; discutir o tema a partir de vídeos e/ou aulas dialogadas; promover pesquisa para registrarem o tempo de duração do banho dos membros da família (consumo racional); discutir o consumo de água pelo mundo, entre outras.

Material necessário para utilização do jogo na escola

Para utilizar o jogo com os estudantes da educação básica, os materiais necessários são: um tabuleiro com a trilha (modelo apresentado na Figura 1); um dado (cubo de seis faces numerados de 1 a 6 – arquivo de moldes); um pino por grupo, de cores diferentes (mas pode ser qualquer material disponível na escola); cartões com atividades a serem realizadas, nas cores verde, amarela e vermelha (apresentadas nos Quadros 01, 02 e 03), as quais também podem ser confeccionadas em papel cartão.

O jogo proposto tem um baixo custo, podendo ser reproduzido por professores e estudantes. Tanto pode ser utilizado o modelo de tabuleiro apresentado na Figura 1, quanto pode ser confeccionado em papel cartão, desenhando a trilha em forma de quadros (como mostra a Figura 2A) e incluir fotografias sobre o tema, de acordo com o contexto do local onde for utilizado; além de poder ser construído no próprio piso da sala de aula, utilizando fita crepe (como mostra a Figura 2B), para trabalhar com as crianças da Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental.

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