Pesquisadora/Autora
Ma. Claudionete Candia Araujo
Currículo Lattes
http://lattes.cnpq.br/1277806194447426
Orientadora
Profa. Dra. Maria do Socorro Ferreira da Silva
Instituição de Ensino
Universidade Federal de Sergipe
Resumo das pesquisas
O bairro Jabotiana em Aracaju/Sergipe tem enfrentado mudanças significativas devido à especulação imobiliária, afetando a paisagem e a população local. A comunidade escolar do Colégio Joaquim Vieira Sobral e moradores próximos sofrem com problemas como poluição e inundações. Uma pesquisa buscou analisar esses impactos a partir da perspectiva Geoambiental dos estudantes do ensino médio. Utilizando diversas estratégias pedagógicas e interdisciplinares, como aulas de campo e diálogos com a comunidade, o estudo incentivou os alunos a se tornarem ativos na busca por melhorias na região. A elaboração de um Kit Geoambiental foi uma das iniciativas para instigar um olhar crítico e reflexivo sobre os desafios socioambientais que vão além do ambiente escolar, contribuindo para a formação cidadã dos estudantes.
Palavras-chave
Interdisciplinaridade, Protagonismo, Relações Socioambientais, Rio Poxim.
Link para acesso aos materiais originais
O cenário de transformações rápidas no ambiente urbano é um verdadeiro laboratório a céu aberto para o aprendizado interdisciplinar. Imagine um bairro onde as mudanças na paisagem revelam intricados desafios socioambientais, desde a poluição de rios até as complicações emocionais e financeiras decorrentes de inundações frequentes. O bairro Jabotiana em Aracaju/Sergipe é um desses cenários complexos e fascinantes, e foi o foco de um estudo envolvendo estudantes do ensino médio, cujas descobertas podem inspirar professores a tornar a aprendizagem uma experiência viva e próxima da realidade dos alunos.
E se lhe dissesse que essa pesquisa de campo não apenas engajou os estudantes em questões críticas da sua comunidade, mas também os capacitou como protagonistas na busca por soluções? Utilizando abordagens pedagógicas inovadoras, como diálogos com moradores e aulas práticas fora da sala, esse projeto catalisou a curiosidade e o pensamento crítico dos jovens. O resultado foi a criação de um Kit Geoambiental, uma ferramenta que permitiu aos alunos analisar, refletir e propor melhorias para os problemas que afetam seu bairro e, por extensão, suas próprias vidas.
Essa experiência representa uma visão de futuro para a educação básica, onde o contexto local serve como um recurso pedagógico inestimável, ampliando os horizontes do aprendizado para além dos muros da escola. Se você é um educador em busca de formas de tornar o aprendizado mais significativo, convido você a mergulhar nesse estudo revelador. Prepare-se para explorar como o ativismo ambiental e a abordagem interdisciplinar podem reconfigurar o ambiente de aprendizagem, incentivando seus alunos a se tornarem cidadãos mais conscientes e ativos.
Pode-se explorar a classificação de diferentes tipos de misturas encontradas em corpos d’água, como água e sedimentos, água e poluentes, etc.
Analisar como diferentes ecossistemas aquáticos (rios, lagos, oceanos) influenciam a biodiversidade, abordando questões como salinidade, profundidade e vida aquática.
Investigar a relação entre a qualidade da água e a saúde da comunidade, estudando indicadores como a incidência de doenças transmitidas pela água.
Discutir como as mudanças na composição do ar, incluindo gases de efeito estufa, afetam os ecossistemas aquáticos e o ciclo da água.
Discutir como as mudanças na composição do ar, incluindo gases de efeito estufa, afetam os ecossistemas aquáticos e o ciclo da água.
Discutir os impactos de diferentes formas de geração de energia no ciclo da água e nos ecossistemas aquáticos, incluindo termelétricas, hidrelétricas e outras.
Propor iniciativas para preservar a qualidade da água, abordando temas como consumo consciente, tratamento de esgoto e gestão de recursos hídricos.
Considerando a proposta do Projeto de Intervenção na escola, a confecção, construção e aplicação do recurso didático, o Kit Geoambiental, partiu da interdisciplinaridade onde, docentes e discentes, buscaram relacionar teoria e prática para que a construção coletiva do conhecimento ocorresse.
A produção do Kit Geoambiental partiu necessidade de dialogar de forma lúdica com os sujeitos da pesquisa sobre os problemas socioambientais existentes no bairro. Para tanto, a pesquisa seguiu os seguintes momentos:
Definição dos integrantes das equipes, cada grupo de alunos foi organizado de acordo com as afinidades entre os membros, cujas equipes escolheram os recursos didáticos para confeccionarem.
O levantamento bibliográfico consistiu em pesquisar em livros, revistas, plataformas tecnológicas, informações que poderiam contribuir para a construção de cada jogo e o fantoche. As pesquisas realizadas deram suporte para que os alunos e professores pudessem seguir para o próximo momento do projeto.
Através das aulas regulares e o diálogo com os alunos, foi proposto que esses observassem no caminho diário casa-escola, escola-casa, sobre as relações socioambientais que existe no entorno do Rio Poxim.
Dando continuidade à ação pedagógica, foi proposto que os alunos em horário contrário, participassem da oficina pedagógica para a confecção e construção dos recursos didáticos presentes no Kit Geoambiental. Esta ação foi coordenada pelos professores, porém a autonomia do aluno foi respeitada. Os alunos seguiram um cronograma delineado (ver metodologia da dissertação).
Momento 4: Consistiu em instigar no aluno o olhar para os materiais de possível descarte existentes na escola, considerando-os matéria-prima para suas produções. Os professores acompanharam os alunos na coleta de materiais. Aqueles que não encontraram material no espaço escolar, saíram pelos arredores da escola, coletando objetos que serviriam para suas produções. Os materiais recolhidos encontram-se especificados nas páginas seguintes sobre cada recurso didático.
Utilizando as informações adquiridas no momento 1 e os materiais recolhidos no momento 4, foram iniciadas as produções. Foi dada a liberdade de criação para que os alunos pudessem desenvolver suas habilidades e criatividade na confecção dos recursos do Kit Geoambiental. Cortar, lixar, colar, costurar, foram atividades desenvolvidas nessa atividade. Foi possível identificar as relações sociais serem estreitadas a partir da integração entre as equipes.
Com os recursos didáticos confeccionados, alunos e professores, a partir da interdisciplinaridade dos saberes, elaboraram e selecionaram questões didáticas que pudessem fazer parte dos questionamentos pertinentes a cada jogo. Os alunos responsáveis pelo fantoche, reuniram-se e elencaram pontos importantes a serem utilizados nas falas dos personagens.
De posse dos recursos didáticos, os alunos partiram para a etapa de confecção das caixas para acomodarem suas produções. Foram forradas caixas de papelão e de sapato com motivos (desenhos) que remetem ao corpo hídrico do Poxim.
Visando testar a validade e funcionalidade das produções, as equipes revezaram as apresentações de seus produtos entre os membros da própria turma. Após o circuito de testes realizados, a etapa seguinte ficou reservada para que os demais colegas da escola pudessem partilhar das confecções realizadas.
O bingo é apresentado como uma ferramenta pedagógica multifuncional para uso em sala de aula. Ele serve para várias finalidades, como revisão de conteúdo e desenvolvimento de habilidades cognitivas e motoras nos alunos. O sucesso dessa abordagem depende de um planejamento bem elaborado e da construção coletiva do conhecimento. Kishimoto destaca a importância do elemento lúdico para estimular a motivação e o aprendizado.
Os Múltiplos usos da água
Compreender a dinâmica dos múltiplos usos da água e as formas de abastecimento nas cidades a partir do bingo como recurso didático para o processo de ensino e aprendizagem.
Alunos do Ensino Fundamental e Médio
12 a 18 anos
– Água ao longo da história;
– Crise hídrica e Ciclo hidrológico;
– Desequilíbrio ecológico;
– Meio ambiente e sustentabilidade.
– Capacidade de trabalho em grupo;
– Capacidade de desenvolver estratégias para solução de problemas;
– Compreensão da dinâmica hídrica e os diferentes usos pela população;
– Reconhecer a importância do ciclo hidrológico a partir dos múltiplos usos da água.
Folha de papel oficio; computador; tesoura; cola; caixa de papelão; palito de churrasco; bolas de isopor; garrafa pet; folhas de emborrachado (verde), cartolina, sementes de feijão ou milho.
– Coleta de materiais no depósito do colégio;
– Confecção da base do recurso didático em formato triangular;
– Confecção do globo com garrafas Pet’s (são utilizadas duas garrafas unidas e coladas no
centro);
– Montagem do globo à base;
– Uso da ferramenta tecnológica para confecção das cartelas (30 unidades), 10 respostas distribuídas aleatórias;
– Colagem dos números correspondentes às perguntas em bolas de isopor;
– Confecção da caixa de armazenamento do jogo.
– Participação do aluno na construção coletiva do conhecimento, criatividade e motivação;
– Resolução das questões propostas na atividade;
– Identificação da teoria aplicada à realidade local.
– Jogo com 30 cartelas.
– Cada aluno recebe uma cartela;
– Cada cartela contém 10 palavras que correspondem a respostas;
– Em cada cartela contém uma peça curinga que serve como complemento de qualquer resposta;
– Ao giro do globo, é sorteada uma bola contendo o número correspondente às perguntas;
– A cartela que contenha a resposta correta será marcada como acerto;
– O jogo é encerrado quando há o preenchimento da cartela em linha diagonal, vertical, horizontal ou preenchimento de toda a cartela.
O jogo do dominó é utilizado como recurso didático para estimular o raciocínio lógico e a capacidade cognitiva dos alunos no processo de ensino e aprendizagem. Através da leitura e identificação de símbolos e imagens, ele ajuda a tornar o aprendizado mais significativo.
Poluição das águas
Identificar a poluição das águas e os meios de minimizar os impactos causados às diferentes formas de vida numa relação local/global a partir da ludicidade do jogo do dominó.
Alunos do Ensino Fundamental e Médio
12 a 18 anos
– Poluição das águas e suas consequências;
– Desequilíbrio ecológico;
– Contaminação das águas e doenças de veiculação hídrica;
– Impactos socioambientais, a relação homem e natureza.
– Capacidade de trabalho em grupo;
– Capacidade de desenvolver estratégias para solução de problemas;
– Capacidade de compreender a dinâmica hídrica a partir das relações entre homem e natureza;
– Identificar o fenômeno da poluição das águas em escala local/global.
– Reconhecer a importância do ciclo hidrológico a partir dos múltiplos usos da água.
Tesoura; cola; caixas de papelão; imagens computadorizadas; sobras de emborrachados.
– Uso da ferramenta tecnológica (word e google) para definição dos materiais e acomodação das peças;
– Escolha do material no depósito do colégio;
– Confecção de recorte das 28 peças – 2cm de largura por 5cm comprimento;
– Colagem e montagem dos pares nas peças;
– Confecção da caixa de armazenamento do jogo.
– Participação do aluno na construção coletiva do conhecimento;
– Resolução das questões propostas no jogo;
– Motivação e criatividade da equipe.
– Composto por 28 peças.
– Número de alunos/jogo: 04
– O jogo inicia com a distribuição de 07 (sete) peças para cada aluno;
– A peça inicial do jogo é composta pela imagem/foto do rio Poxim;
– A sequência das rodadas ocorre em sentido horário;
– Cada aluno deve responder à pergunta que encaixe em uma das peças nas extremidades do jogo;
– O jogo encerra quando o primeiro aluno ficar sem peças na mão.
O jogo da roleta é um recurso didático que facilita a compreensão de conteúdos complexos. Ele promove a interdisciplinaridade e permite abordar diferentes disciplinas de maneira lúdica e criativa. É valorizado por enriquecer a experiência sensorial e estimular a criatividade e habilidades diversas.
Crise Hídrica e problemas urbanos
Identificar as causas e consequências da crise hídrica e as possíveis soluções a partir do jogo da roleta como recurso didático.
Alunos do Ensino Fundamental e Médio
12 a 18 anos
– A crise hídrica;
– Desequilíbrio ecológico;
– Meio ambiente e sustentabilidade;
– Impactos socioambientais no meio urbano/rural.
– Capacidade de trabalho em grupo;
– Capacidade de desenvolver estratégias para solução de problemas;
– Reconhecer a importância da participação coletiva sobre a conservação dos mananciais;
– Compreender os problemas que geram a crise hídrica a partir de jogo didático.o hidrológico a partir dos múltiplos usos da água.
Caixa de papelão; tesoura; cola; folha de isopor; clipes; cano de PVC; emborrachado; motor para carro infantil; régua; compasso.
– Escolha do material no entorno do colégio;
– Corte/confecção da base circular (40 Cm de diâmetro em folhas de isopor coladas umas
sobre as outras);
– Delimitação e marcações dos espaços por disciplinas, uso de cálculos matemáticos para
divisão da circunferência em 14 partes iguais;
– Inserção dos equipamentos (motor de carro e cano de PVC) no centro da roleta;
– Corte e colagem do emborrachado na roleta e nas fichas avaliativas.
– Participação do aluno na construção coletiva do conhecimento;
– Resolução das questões propostas no jogo;
– Motivação e criatividade da equipe.
– Número de alunos/jogo: 03 equipes com 04 componentes (cada).
– Cada cor da roleta corresponde a uma disciplina da grade curricular;
– Cada acerto valerá 01 (um) ponto;
– Será escolhido por equipe, um componente para jogar o dado. Maior numeração iniciará o jogo;
– Ao girar a seta da roleta, a ponta indicará a disciplina correspondente para perguntas;
– Caso a equipe não saiba responder, passará a pergunta para o próximo grupo, em caso de acerto o grupo girará novamente a seta (por ser sua vez na rodada);
– Cada equipe terá 30 segundos para responder as perguntas, ao toque da campainha, o tempo terá sido esgotado;
– O grupo que ganhar o bônus, terá direito a girar a roleta novamente;
– A equipe que tiver mais pontos após a terceira rodada, será a equipe vencedora.
O jogo do tabuleiro é especialmente útil no ensino das Ciências Ambientais. Ele é prático e relevante para os alunos, uma vez que contém informações sobre o bairro Jabotiana, onde muitos deles moram. Isso facilita o diálogo de saberes através da atividade lúdica.
Importância da água e qualidade da água
Compreender a importância da água e as relações socioambientais a partir do jogo de tabuleiro.
Alunos do Ensino Fundamental e Médio
12 a 18 anos
– A água ao longo da história;
– O Ciclo hidrológico;
– Água, saúde e potabilidade da água;
– Desequilíbrio ecológico.
– Capacidade de trabalho em grupo;
– Capacidade de definir e apontar estratégias de jogo para solucionar problemas relacionados à importância e qualidade da água;
– Reconhecer as características socioambientais e sua relação local/global a partir do jogo didático.
Banner (lado avesso); emborrachado; cola; tesoura; folhas de jornal; folhas de papel de ofício; papelão; computador.
– Escolha do material no depósito do colégio;
– Uso do recurso tecnológico google maps para visualizar o bairro;
– Confecção do mapa do bairro em folhas de jornal e papel ofício;
– Espacialização do bairro para definir locais;
– Recorte com material emborrachado dos locais no bairro;
– A partir do rio, colagem/união dos locais fragmentados do bairro;
– Corte e confecção das fichas, cubo/dado e cartelas de perguntas.
– Participação do aluno na construção coletiva do conhecimento;
– Resolução das questões propostas na atividade;
– Motivação e criatividade nas ações.
Jogo composto por: 01 tabuleiro (mapa do bairro Jabotiana); 01 dado; 12 fichas/objetivos; 24 fichas/perguntas; 90 tótens (15 amarelos; 15 lilás; 15 azuis; 15 verdes; 15 brancos; 15 vermelhos).
Número de alunos/jogo: 04
– Cada aluno receberá 3 fichas com objetivos;
– Cada aluno jogará o dado, a maior numeração iniciará o jogo;
– As 24 fichas ficam expostas ao lado do tabuleiro com a parte escrita voltada para baixo;
– Em sentido horário os alunos irão respondendo as perguntas, caso a resposta seja incorreta, passa a vez para o próximo;
– A cada resposta correta o aluno ocupa com 01(um) tóten um dos locais determinados nos objetivos;
– Caso mais de um aluno ocupe o mesmo local, a disputa ocorrerá mediante o jogo do dado, vencendo a maior numeração;
– O aluno com menor numeração no dado, terá seu tóten retirado do jogo;
– O jogo encerra quando existirem 03 (três) totens do mesmo aluno distribuídos entre os locais do bairro.
Fantoche é outro recurso didático que deve ser integrado ao ambiente de sala de aula. Ele estimula a criatividade e a comunicação, elementos fundamentais no processo de ensino e aprendizagem.
Impactos socioambientais em áreas urbanas
Desenvolver a comunicação e a criticidade acerca dos impactos socioambientais em áreas urbanas a partir do teatro de fantoches.
Alunos do Ensino Fundamental e Médio
12 a 18 anos
– Importância da água ao longo da história;
– Desequilíbrio ecológico e urbanização;
– Impactos ambientais e ação antrópica
– Capacidade de trabalho em grupo;
– Capacidade de desenvolver estratégias para solução de problemas;
– Domínio de linguagem própria às questões socioambientais;
– Identificar os conflitos socioeconômicos a partir da expansão urbana no bairro através da ludicidade.
– Compreensão da dinâmica hídrica e os diferentes usos pela população;
– Reconhecer a importância do ciclo hidrológico a partir dos múltiplos usos da água.
Retalho de tecidos; tesoura; cola; linha e agulha de costura; caixa de papelão; emborrachado; linha de lã; caneta piloto.
– Produção do texto referente a temática;
– Definição dos fantoches;
– Desenho e recorte dos fantoches e cenário;
– Costura, confecção e montagem dos fantoches;
– Apresentação da peça teatral.
– Dinâmica em grupo na construção coletiva;
– Domínio e compreensão da temática;
– Motivação e criatividade a partir do diálogo entre os integrantes (personagens).
– Número de participantes: 08
– Os personagens seguem um roteiro previamente escrito;
– O narrador conduz o enredo sobre a temática escolhida;
– Os personagens interagem com o público como forma de motivação e participação coletiva;
– Ao final do teatro, personagens e público são apresentados.
– A cartela que contenha a resposta correta será marcada como acerto;
– O jogo é encerrado quando há o preenchimento da cartela em linha diagonal, vertical, horizontal ou preenchimento de toda a cartela.
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Samara Moura
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