Pesquisador/Autor
Me. Gerson Luiz Roesler
Orientador
Prof. Dr. Luiz Fernando de Carli Lautert
Coorientadora
Profa. Dra. Helena Midori Kashiwagi
Instituição de Ensino
Universidade Federal do Paraná
Resumo da pesquisa
O trabalho foca na conscientização sobre a importância da água e áreas de mananciais em escolas de Educação Básica. Utilizando uma escola pública em São José dos Pinhais como estudo de caso, o projeto aborda o impacto da industrialização na qualidade da água local. O projeto é dividido em etapas, que incluem pesquisa bibliográfica, visitas a estações de tratamento, atividades criativas como a criação de cartazes e poesias pelos alunos, análises de água e rodas de conversa. Os resultados foram compartilhados com a comunidade e autoridades, junto com sugestões para melhorias e investimentos na área. O trabalho também apresenta um protocolo para dar continuidade à pesquisa.
Palavras-chave
Água, Educação Básica, Práticas Pedagógicas, Meio Ambiente, Mananciais, Preservação, Educação Ambiental.
Link para acesso ao material original e cartilha
Abordar questões ambientais de forma interdisciplinar é mais do que uma necessidade pedagógica; é um chamado ético para nossa geração. Imagine um projeto educacional que não apenas sensibilize os alunos sobre a importância da água, mas que também os envolva em atividades práticas e analíticas, que faça a ponte entre o conhecimento acadêmico e o mundo ao seu redor. Um protocolo de aplicação, fruto de uma dissertação de mestrado profissional, oferece justamente essa abordagem holística, transformando escolas em espaços vivos de aprendizado e participação social.
Mas como você se sentiria se descobrisse que esse projeto não é apenas teórico? Ele já foi aplicado em uma escola pública em São José dos Pinhais, onde os alunos dos anos finais do ensino fundamental se tornaram protagonistas na conscientização sobre as áreas de mananciais e o rio Pequeno. De atividades que vão desde a elaboração de poesias e cartazes até análises laboratoriais da qualidade da água, os estudantes tiveram uma experiência de aprendizado que transcende os limites da sala de aula.
E se eu disser que esse protocolo não é apenas uma experiência isolada, mas uma proposta que pode ser adaptada e implementada em outras escolas? Oportunidades para expandir os horizontes de nossos educandos são raras e preciosas. Este projeto nos mostra que é possível transformar o currículo escolar, tornando-o um instrumento dinâmico para a formação de cidadãos conscientes e engajados em questões ambientais. Prepare-se para uma jornada de descobertas, onde ciência e criatividade se encontram para moldar o futuro.
O projeto pode integrar esta habilidade ao estudar as áreas de mananciais e rios locais, como o rio Pequeno mencionado, relacionando-os com a biodiversidade e os ecossistemas associados.
Ao analisar a qualidade da água e os impactos da industrialização, os alunos podem correlacionar esses fatores com a saúde da comunidade local, considerando aspectos como saneamento básico e incidência de doenças.
Este aspecto pode ser explorado ao discutir as consequências da industrialização e urbanização na qualidade da água e nos ecossistemas locais.
Embora o projeto não trate especificamente deste tópico, a discussão sobre o uso da água e a preservação de mananciais pode ser relacionada ao impacto das usinas hidrelétricas nos ecossistemas aquáticos.
A importância da conservação das áreas de mananciais e a preservação da biodiversidade local podem ser abordadas neste contexto.
O projeto já inclui a criação de cartazes e poesias, e os alunos podem desenvolver outras iniciativas para aumentar a conscientização sobre a preservação da água e dos ecossistemas locais.
Clique na imagem para acessar o protocolo de aplicação na escola
Bacia Hidrográfica
Aprofundar os conceitos de bacia hidrográfica, concepções, localização e utilização dos rios que pertencem a esse acidente geográfico, elaborando um mapa da bacia, a fim de localizar os divisores de águas, rio principal, seus afluentes e subafluentes, jusante, montante, baixo curso, alto curso, bem como a inserção da escola dentro de uma bacia hidrográfica, traçando o histórico de ocupação da região, podendo ser uma sub-bacia ou a região toda, propriamente dita. Nessa mesma atividade, sugere-se também que se faça uma comparação com outra bacia hidrográfica, a fim de ter um parâmetro confiável para análise. Pode-se utilizar um mapa hidrográfico sobreposto à ocupação e uso do solo utilizando imagens disponíveis em aplicativos da internet, atuais e de alguns anos passados. Esse é um excelente exercício que vai cativar e muito o espírito pesquisador dos alunos.
Visita à ETA e ETE
A fim de despertar o interesse dos educandos, realizar uma visita técnica à Estação de Tratamento de Água (ETA) e à Estação de Tratamento de Esgotos (ETE), a fim de mostrar aos alunos o processo de tratamento de água de sua região, bem como o processo de tratamento de esgotos, conforme foi dito, se tiver disponibilidade.
Solicitar aos educandos um relatório sobre a visitação, onde poderão ser argumentados os métodos de tratamento de água (rio no qual a água é coletada, produtos químicos utilizados no tratamento de água e a destinação correta do esgoto da região).
Elaboração de desenhos
O uso de desenhos representativos do rio e ou da bacia hidrográfica também é uma ótima sugestão. Os alunos podem confeccionar desenhos do rio de ontem, de hoje e o de amanhã, na concepção do rio que “tínhamos, temos e queremos ou teremos”, referenciado em um projeto da Agência Nacional de Águas (ANA).
Analisando os desenhos, pode-se perceber que muitos educandos acabam tendo uma visão romântica do problema, pois devido à falta de maturidade e também por desconhecimentos dos reais problemas ambientais que ocorrem na região, acabam imaginando um rio completamente limpo, se algumas poucas ações forem tomadas para melhorar o índice de fatores impactantes de poluição.
A utilização de desenhos e ou atividades diferenciadas para representação da situação do rio pode levá-los a descobrir a verdadeira identidade do rio e suas transformações sofridas no dia a dia.
Elaboração de poesias
Promover um concurso de poesias sobre o tema “ÀGUA”, no qual os alunos devem fazer uma poesia e expressar seus sentimentos sobre o tema. Após a elaboração das poesias e as devidas correções dos professores de Português e Arte, podem ser expostas em um wokshop da escola ou em um centro Cultural da Comunidade, Associação de Moradores, para apreciação de todos. Para Vygotsky (2007, p. 92), “[…] o aprendizado é mais do que a aquisição de capacidade para pensar; é a aquisição de muitas capacidades especializadas para pensar sobre várias
coisas”.
Análise da água na escola
Nessa atividade, há necessidade de materiais disponíveis na escola, ou como sugestão a aquisição de um kit básico de análise de água. Um bom entrosamento com o professor de Ciências é essencial, pois trabalhando em conjunto, pode-se verificar o PPP (Projeto Político-Pedagógico) da escola, bem como o PTD (Plano de Trabalho Docente), a fim de haver um compartilhamento de informações. A água poderá ser coletada em um córrego próximo à escola e também na torneira da escola, a fim de que se possa fazer uma comparação das análises. Por ser uma análise bem simples, deve-se tomar cuidado com os reagentes que serão usados para verificação do pH,
DBO, Amônia, Nitrato, Fósforo, Nitrito, dentre outros. Jamais os alunos devem manusear sozinhos os reagentes e sempre estarem acompanhados por um adulto responsável.
Roda de conversa (Grupo focal)
Promover, na escola, roda de conversa sobre os principais problemas relatados pelos alunos e pela comunidade no que concerne a problemas encontrados no rio analisado e na região abrangida pela bacia hidrográfica, coletando sugestões de melhoria da qualidade de vida da população. Essa
conversa pode ser gravada ou escrita em uma ata e enviada à Prefeitura da Cidade, a fim de que seus representantes sejam conscientizados dos problemas
e possíveis soluções apresentadas pelos moradores.
Elaboração de um jogo eletrônico
Criação de um jogo digital (QUIZ), com várias questões sobre a bacia do Rio Pequeno, que poderá ser acessado na Plataforma QUIZMO, de qualquer aparelho celular que suporte o aplicativo, sendo fornecida a senha que foi usada nesse trabalho, se houver interesse do usuário, ou o mesmo pode criar individualmente o jogo.
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Samara Moura
E-mail: maria.moura@usp.br
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