Ao mencionar o termo “macroinvertebrado bentônico”, também conhecidos simplesmente por bentos, provavelmente a maioria da turma não se recordará, afinal desde o sétimo ano do ensino fundamental os professores de Ciências desmembram os Seres Vivos em diversos conteúdos básicos e específicos.
Um exemplo é o Reino Animália que por sua vez se desmembra em vários filos, incluindo o Artrópoda, dividido em subfilos Crustácea (camarões, caranguejos, cracas e lagosta), Subfilo Chelicerata: (escorpiões, aranhas, ácaros e carrapatos) e Subfilo Uniramia: formigas, libélulas, baratas e mosquitos, gafanhotos, abelhas, traças, piolho-de-cobra (diplópodes), lacraia e centopeia (quilópodes).
Enfim, a diferença entre o que eles aprenderam ao longo da educação básica e esta proposta é que precisarão estabelecer relações entre os fatores ambientais e as condições de sobrevivência desses animais nos ecossistemas aquáticos. Muitos dos animais supracitados estão presentes no grupo dos macroinvertebrados bentônicos e, no entanto, para entendermos o que são e qual o papel deles no ambiente, precisamos entender primeiro o conceito de biomonitoramento.
Chamamos biomonitoramento ou monitoramento biológico a avaliação de mudanças ocorridas em ambientes, causadas por interferências humanas ou não, por intermédio do uso sistemático de organismos vivos que chamamos de biondicadores. Cabe aqui a pergunta: como escolher as espécies que irão indicar a qualidade da água? Nesse momento entram em cena os conhecimentos que acabamos de adquirir estudando os parâmetros físicos e químicos de qualidade da água. Porque para se escolher as espécies devemos observar a capacidade delas em tolerar mudanças nos parâmetros através de fontes de poluição, como alteração de pH da água, e muitos outros. (FAIAS JUNIOR, 2018).
Dessa forma o uso de macroinvertebrados bentônicos tem sido cada vez mais aceito como ferramenta para a avaliação da qualidade da água, mesmo havendo incipiência no conhecimento taxonômico da fauna brasileira. Esse fato tem dificultado a aplicação desta técnica por parte dos órgãos ambientais (FAIAS JUNIOR, 2018).
Vale ressaltar que existem muitos indicadores biológicos de qualidade de ecossistemas aquáticos. Então, por que os macroinvertebrados bentônicos se destacam? Isso se deve ao fato dos mesmos serem sensíveis não só a poluição, mas às mudanças ocorridas no ambiente. Também importa o fato de terem ciclos de vida suficientemente longos; o tamanho do corpo relativamente grande (visíveis a olho nu) e de fácil amostragem; técnicas padronizadas e de custo baixo; alta diversidade de espécies, que permite ampliar a tolerância, além de fornecer amplo espectro de respostas para diferentes níveis de contaminação dos ecossistemas aquáticos (FAIAS JUNIOR, 2018).